domingo, 1 de novembro de 2009

Obras deixam trânsito caótico na Lagoinha

Obras no complexo Lagoinha deixam trânsito em Belo Horizonte mais lento e causa estresse

Carolina Sanguinete e Wanessa Viegas

Geraldo Magela e Imaculada Fonseca pegam serviço às 8h da manhã. Ambos trabalham na Praça Sete, região central de Belo Horizonte. Para chegaram a seu destino, Geraldo, bancário, tem que passar pela Antônio Carlos. Imaculada, professora, pela Cristiano Machado. Embora tenham que bater o ponto somente às 8h, Geraldo, mesmo morando a 30min do local, sai de casa às 6h30. Com Imaculada, a situação é a mesma. O que acontece é que as obras no complexo Lagoinha têm afetado, a cada dia, o trânsito em BH. "O intuito das obras é excelente. Mas, por enquanto, o que elas têm gerado é o engarrafamento", comenta o bancário, que diz se estressar bastante com a luta para conseguir chegar ao banco onde trabalha no horário exato. A professora relata que não vê a hora das obras serem concluídas. "Não aguento mais buzina na minha cabeça, ficar uma hora parada no trânsito. Já chego para dar aula cansada e isso não é bom".

Eles são apenas dois exemplos de centenas de belo-horizontinos que passam, diariamente, pela mesma situação: o trânsito caótico nos horários de pico. Irritados, muitos reclamam da ineficiência do poder público para resolver o problema. Outros acham que cravando a mão na buzina, a situação se resolve. E ainda há aqueles que, na ânsia de recuperar o tempo perdido, atrapalham ainda mais o fluxo, avançando semáforos vermelhos, fechando cruzamentos e fazendo conversões em locais proibidos.

Uma das obras da Lagoinha que têm deixado os moradores enlouquecidos é a de ligação entre as avenidas Antônio Carlos, Pedro II, Cristiano Machado e Contorno.As pistas que passam por baixo dos viadutos, serão alargadas. Outra reforma que será feita acontece nos três túneis que ligam o centro à região norte da capital e o objetivo é reduzir o impacto do trânsito no Hipercentro, de acordo com a BHTrans.

Segundo a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), tais obras, nos túneis da Lagoinha, serão finalizadas até o fim do ano. Intervenções como instalação de azulejos e guarda-copos e revitalização de fachadas serão concluídas até o fim de novembro, de acordo com a previsão estabelecida. A BHTrans confirma os boatos da população, evidenciando que

a obra é avaliada em mais de 2,5 milhões e tem como intuito reduzir as infiltrações e melhorar a rede de drenagem no local. “Somente no Complexo da Lagoinha circulam 80 mil veículos por dia”, informa, ainda, a BHTrans.

Outra mudança é o início da instalação de duas passarelas na Cristiano Machado, que começou há pouco e deverá ser finalizada até o primeiro semestre de 2010, conforme cronograma do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER). As duas passarelas terão a mesma concepção arquitetônica das demais já instaladas na Avenida Cristiano Machado, em estrutura metálica. De acordo com a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas, as passarelas serão edificadas próximas antes e depois do complexo de viadutos do anel rodoviário, atendendo, assim, à solicitação da população local. Serão investidos cerca de R$ 5,2 milhões, recursos do Governo do Estado. O intuito da instalação, logicamente, é melhorar o acesso, facilitando o tráfego e a ligação entre avenidas e bairros.

"Mas enquanto isso, a gente sofre. Pior que, com isso, os acidentes aumentam. É de praxe ver carros tentando levar uma vantagem no engarrafamento. O resultado são as batidas" conta a professora, indignada. Segundo ela, as obras no local trarão muitos benefícios no futuro, mas é um processo muito lento.

A opinião de Geraldo vai de encontro à de Imaculada. “O problema das obras é que demoram demais para serem concluídas. Se chove, atrapalha. Se venta, também. Aí fica difícil”, reclama o bancário. De acordo com ele, essa demora no trânsito em função das obras afeta financeiramente, já que parado nas avenidas o consumo do álcool e gasolina aumenta. “Mas antes fosse só isso. Não há dinheiro que pague o estresse, a poeira pela qual tenho que passar todos os dias”, desabafa.

Obras afetam a saúde dos motoristas...

A poluição e o estresse no trânsito podem causar sérios danos à saúde. Quem faz essa afirmação é Alfredo Dantas, Clínico Geral do hospital da Baleia e da Clínica Médica Renascença. Segundo o Doutor Alfredo, o congestionamento diário, buzinas, discussões durante o percurso, além de gerarem mais acidentes, podem desencadear várias doenças, que afetam tanto o lado físico quanto o emocional de quem trafega pelas vias.

Trânsito lento já faz parte do cotidiano dos brasileiros que circulam pelas grandes metrópoles do país. Quando as principais vias dessas cidades entram em obras, a situação costuma piorar, o que pode causar ainda mais estresse para os motoristas. Foi o que aconteceu com o jovem Daniel Ribeiro, de 26 anos, que todos os dias passa pelo Complexo da Lagoinha no horário de pico. “Desde que tirei carteira venho observando que o fluxo de carros vem aumentando a cada ano, agora com as obras o transito tem ficado caótico”, afirma. Daniel, que mora em Santa Luzia, conta que somando o tempo que ele passa no trânsito quando vai para o trabalho e quando volta, já chegou a 4 horas e meia do seu dia. “É muito estressante, a gente já chega no trabalho cansado e quando volta está pior ainda. Por causa desse estresse todo, acabei ficando exausto, tendo dores fortes nas costas e pescoço, procurei um médico e ele disse que eu estava com estafa. Fiquei 7 dias sem trabalhar”, conta o jovem.

Doutor Alfredo fala ainda que além do estresse que as obras podem causar, elas prejudicam e muito a saúde de pessoas que sofrem com alergias. “A poeira, em conjunto com a poluição da cidade e com o tempo seco, faz com que as pessoas que sofrem de alergias e doenças respiratórias piorem muito e algumas vezes acabam sofrendo fortes crises e tem dificuldade para respirar”, conclui o doutor.

... e o bolso também!

Além dos transtornos de perda de tempo, do estresse e dos problemas de saúde que os motoristas acabam sendo “vitímas” quando estão presos nos engarrafamentos das vias que fazem parte do complexo da Lagoinha, eles ainda acabam tendo que arcar com outra conseqüência; a de consumo excessivo de combustível, diante disso é inevitável que haja um aumento com o valor gasto para o abastecimento de seus veículos.

Junto com as obras no complexo da Lagoinha vieram inúmeras reclamações de vários motoristas em toda a capital mineira. “Por causa das obras o trânsito de Belo Horizonte, que já não estava bom, piorou muito. Quem tem carro e passa pela Lagoinha todos os dias, como se não bastasse o transtorno de ficar horas no trânsito, acaba tendo seu bols

o também atingido”, reclama o estudante universitário, Mário Vianney. A reclamação de Mário não é sem fundamento. Segundo Walmir Pereira que é mecânico automotivo, ao desligar o motor do carro durante o engarrafamento no primeiro momento gera a economia de combustível, mas ela não se compensa quando se dá partida novamente no motor. “Toda vez que a gente dá partida no motor a bateria do carro é recarregada, isso pode acabar gerando gastos futuros para os proprietários dos carros”, explica o mecânico.

Walmir Pereira dá dicas de como economizar combustível e preservar seu carro em dias de engarrafamento:

  • Durante um congestionamento, a melhor forma de economizar é dirigir suavemente, evitando acelerações fortes seguidas de freadas. A dica vale também para as ruas que têm lombadas.

  • Além disso, evite trocar de marchas a todo o momento. Se o motorista consegue andar com a marcha máxima, sem que o carro chacoalhe, economiza.

  • Outra dica importante: descer ladeiras na banguela com carros de injeção eletrônica faz com que o automóvel gaste ainda mais combustível, pois, se o motorista descesse com o veículo engatado, o sistema eletrônico perceberia que o carro não precisa de combustível e cortaria completamente o uso.

  • O ar-condicionado também acelera o consumo, por isso, o ideal é utilizar o aparelho em casos extremos e, quando o fizer, não colocar na potência máxima. A diferença, que pode chegar a 10% em um ano, o motorista sentirá no bolso.

Um comentário:

  1. ´Concordância verbal: Obras causam (-1);
    -Usem um manual para estabelecerem normas para o texto;
    -Virgula entre sujeito e verbo: As pistas serão... (-1);
    -Cuidado com a repetição;
    -Acentuação: trânsito;
    -O trema já acabou.

    Texto muito bom.

    Nota: 23/25.

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