Por Marina Albano, Milene Ferreira
Imagem da Avenida Antônio Carlos
Conforme a entidade, a previsão é de um emprego para cada R$ 30 mil investidos diretamente em infraestrutura. Dados da Câmara Brasileira do Comércio da Construção (CBIC) demonstram a potência do setor da construção na geração de empregos na economia: para cada 100 postos de trabalho gerados diretamente no setor, em média, outros 285 são criados indiretamente na economia. Estima-se que para cada R$ 1 milhão a mais na demanda final da construção, sejam gerados 177 novos postos de trabalho na economia, sendo 34 diretos e 143 indiretos, segundo a entidade.
Para o diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER/MG), José Elcio Santos o setor de construção civil vem gerando vários empregos, em um potencial direto e indireto, além da geração de impostos. “Espera-se arrecadar R$ 3 milhões de ISS (Imposto Sobre Serviços) para a Prefeitura de Belo Horizonte durante as obras de duplicação.” Ainda segundo o diretor, o investimento em obras públicas é extremamente importante para melhorar as condições de vida da população tanto quanto para a geração de empregos.
O setor está em alta, gerando um efeito multiplicador em geração de emprego em renda. De acordo com o Banco Mundial apontam que para cada 1% de crescimento na infraestrutura, corresponde em média um crescimento de 1% do PIB. E para cada 1% de crescimento do PIB, corresponde um crescimento de cerca de 0,5% do emprego. Portanto, uma expansão de 1% na infraestrutura faz o emprego crescer 0,5%.
Segundo o Balanço de Intermediação de Mão de Obra do Sistema Nacional de Empregos (Sine) de Minas Gerais, o setor de Construção Civil ficou entre os três que mais contrataram pelos postos do Sine no mês de setembro, com 22% das oportunidades.
Mesmo com a crise financeira internacional, os níveis de emprego na construção civil na RMBH foram mantidos e tiveram uma pequena alta, em relação a abril de 2008. Naquele mês, eram 164 mil operários trabalhando nas obras da RMBH. Em abril passado eram 166 mil, trabalhando em todos os segmentos da construção.
Em abril, de acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), feita pela Fundação João Pinheiro (FJP) e Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), das 29 mil pessoas que conseguiram uma vaga no mercado de trabalho, duas mil foram absorvidas pelo setor da construção.
A avenida foi construída pelo então prefeito Juscelino Kubischek para dar acesso à região turística da Pampulha. Com 8,5 quilômetros de extensão, hoje passam pela avenida80 mil veículos por dia, a via passará de três para quatro faixas nos dois sentidos, além de uma terceira pista com duas faixas exclusivas para ônibus. Ainda serão construídos sete viadutos para facilitar o acesso aos bairros cortados pela via.
Na Avenida está localizado o Campus da Universidade Federal de Minas Gerais também aberta durante o governo de Juscelino Kubitschek. Para se ter acesso a região turistíca da Pampulha, a Avenida Presidente Antônio Carlos começa na Região Central de Belo Horizonte, no bairro da Lagoinha e se estende por cerca de oito mil metros na direção norte até a Barragem da Pampulha. Atravessando bairros como Cachoeirinha, Aparecida, Bom Jesus e São Francisco. A conclusão do projeto é considerada de importância estratégica para a cidade, sendo que a Antônio Carlos possui um acesso direto ao Estádio do Mineirão, principal complexo esportivo de Belo Horizonte e que será uma das sedes dos jogos da Copa do Mundo de 2014.
O Governo informou que a obra vai beneficiar cerca de 3 milhões de pessoas, atraindo investimentos, gerando empregos, movimentando o comércio e ainda vai agilizar o deslocamento de trabalhadores. Com a duplicação da Avenida espera-se a valorização de imóveis residenciais e comerciais, também existe a possibilidade de zoneamento da área. Todo esse desenvolvimento vai permitir a instalação de novos empreendimentos gerando mais empregos diretos e indiretos mesmo depois da conclusão das obras.
Operários trabalham na duplicação da Avenida Antônio Carlos
A vida de quem trabalha em construção civil não é fácil, principalmente em uma grande construção como na Antônio Carlos. As obras estão funcionando em ritmo acelerado, os operários trabalham inclusive aos sábados. Com previsão de conclusão para os primeiros meses de 2010, a duplicação movimenta os operários que trabalham para cumprir o cronograma. As obras na Avenida causam transtornos para quem mora próxima a Antônio Carlos e para quem precisa passar por ela todos os dias. O transito fica lento, caótico. E ainda é necessário conviver com a poeira, que com o calor fica ainda mais insuportável.
Os operários sabem da importância da duplicação da Antônio Carlos para tentar resolver o problema do transito cada vez mais complicado da capital. Eles chegam para o trabalho cedo e às vezes ficam até as dez da noite. É o que conta Alexandre da Silva, 28 anos. “Não temos dia para trabalhar, pode ser sábado, domingo e quase sempre ficamos até tarde.” Alexandre considera necessária essa obra para Belo Horizonte como forma de melhorar o tráfego. “Sei que o transito vai melhorar, por isso temos que trabalhar muito para que tudo seja entregue dentro do prazo.”
Já o operário Lucas Novais dos Santos, 22 anos, conta que trabalhava em outro serviço antes de ser contratado como operário na Antônio Carlos. Ele relata que foi empregado por uma empresa terceirizada que presta serviço para a prefeitura e considera que após a obra a vida de quem precisa passar pela Avenida vai melhorar muito. “Acho que o tempo gasto para chegar ao centro vai ser bem menor e muito mais tranqüilo.”
A duplicação da Avenida Antônio Carlos é uma obra de grande proporção e que leva um tempo considerado, mas que depois de concluída trará benefícios para os moradores da cidade. É o que considera os operários e o que espera todos os que passam diariamente por todo o trajeto da Avenida.