Felipe Chimicatti
Tarsila Costa
O corpo humano suporta faixas entre 80 e 85 decibéis. Acima disso, cinco pontos que sejam, já é o suficiente para dobrar a pressão sobre os tímpanos. Estima-se, ainda, que um engarrafamento rigoroso no horário de pico atinja facilmente 90 db. Pensando, no entanto, para além de um engarrafamento rigoroso, mas sim nele somado a uma obra na proporção de um investimento de R$ 250 milhões avultado a uma geração de emprego na ordem de 4. 700 cargos diretos e indiretos, os decibéis sem dúvida aumentarão bastante.
A necessidade de uma obra dessa envergadura, de acordo com a Secretária de Transporte de Minas Gerias, é um aumento da capacidade do fluxo de veículos no trecho da Avenida Antônio Carlos, no bairro da Lagoinha. Serão, ainda segundo a própria Secretária, edificados sete viadutos, dobrada a largura da pista de
É sem dúvida uma obra necessária, pois, quem vive
E a produção parece só aumentar
A ANFAVEA (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores) registrou para Minas Gerais uma quantidade equivalente a 49.839 veículos novos licenciados em 2008, sendo eles automóveis comerciais leves: um aumento de pouco mais de 10.000 licenciamentos em um ano. Para a Federação, um aumento na ordem 100.000 entre 2007 e 2008. Ou seja, a cada ano que passa o número de licenciamentos tem aumentado. Ainda se espera para 2010 um novo recorde de licenciamentos, superando o ano de 2009. .
Inácio Santos, 48, acredita na necessidade de se ter um carro. Trata-se, para ele, de uma conquista: “Quando eu era garoto sempre sonhei em ter meu próprio carro. Hoje como tenho uma condição melhor que a do meu pai, posso proporcionar esse prazer para os meus filhos: trata-se de uma grande conquista”, explica. Inácio mora com a mulher e com os dois filhos, todos aptos a dirigir. A sua casa existem exatamente quatro veículos, um para cada morador. A relação com o automóvel é de posse, pois ele não admiti que os filhos usem seu carro: “cada um tem seu próprio carro; é uma condição
Em uma visita guiada a uma concessionária de veículos no bairro Santo Antônio, Daniel Resende Quintana, vendedor de veículos, afirmou terem os compradores querenças particulares. Na maior parte das vezes, segundo ele, o consumidor busca o status que o automóvel pode proporcionar. “As escolhas pouco tem a ver com a necessidade de se ter um carro; todos os carros daqui andam da mesma forma”, salienta.
Caso os carros fossem usados do ponto de vista funcional – deslocamento – provavelmente o número de veículos seria menor. Na casa de Inácio, por exemplo, os quatro veículos poderiam dar lugar a dois, usados em momentos de necessidade. Gastaria-se menos gasolina e menos tempo para atravessar a cidade. Evitariam-se, ainda, alguns impropérios das faraônicas obras públicas que se constitui por uma necessidade que surge de traços culturais mesquinhos.
Regina Aguiar, psicanalista, afirma que essa necessidade de auto-afirmação do eu sobre os demais esta ligada ao narcisismo corruptor de nossa sociedade. Para ele, o carro nada mais é do que uma necessidade de se afirmar frente ao outro através de um objeto. Caso as relações simbólicas inexistissem, o carro se destituiria de sua função simbólica narcisística e se tornaria, novamente, somente um objeto funcional: “O processo de alteridade em sociedade, ou seja - o exergar-se no outro - é o que motiva a valoração do carro como um objeto de consumo. Se nessa mesma sociedade existisse uma série de serviços que suprissem totalmente a necessidade de um carro, a relação com o automóvel seria outra”, coloca. Certamente, caso houvesse
E, enquanto as pessoas se esbaldam em comprar veículos – logicamente aqueles que possuem recursos -, os demais vão sofrendo os impactos da vida contemporânea
Não estou entendendo. A matéria é só isto?
ResponderExcluirPessoas boas, enviem um e-mail para que eu possa lhes entregar o texto corrigido. De qualquer modo, levarei uma cópia comentada hoje.
ResponderExcluirNota final: 19/25.