sexta-feira, 30 de outubro de 2009

COMÉRCIO LOCAL DE ALIMENTOS PERMANECE SEM AUMENTO NO CONSUMO

Texto e fotos: Fabrício Miguez

A mudança vai ser grande. Os números são maiores ainda. As obras no Complexo da Lagoinha e em toda a Linha Verde representam a maior mudança viária já vista em toda a história da capital mineira. O investimento vai ser de R$250 milhões. Deste total, 76% dos recursos serão destinados pelo governo estadual e os R$60 milhões restantes virão da Prefeitura de Belo Horizonte, que realizará a intervenção por meio da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap).

O valor gasto na obra foi dividido em duas etapas: R$111 milhões para a desapropriação de 240 famílias e os outros R$139 milhões foram investidos em infraestrutura. A previsão de conclusão da obra é para março de 2010 e já foram gerados mais de 4.700 empregos diretos e indiretos. Apesar da demolição dos imóveis no entorno da avenida Antônio Carlos para duplicar a largura atual da pista, o governo de Minas Gerais também está preocupado com a preservação da natureza. Cerca de 1.500 árvores serão plantadas em todo o percurso da Linha Verde, fazendo jus ao nome do empreendimento.


Vários moradores já sentiram a diferença, seja na estrutura física da obra ou no redirecionamento do trânsito local. Mas, para muitos que trabalham na região, a mudança não foi percebida. É o caso dos vendedores ambulantes de alimentos. Isa Mendes trabalha há dez anos em frente à unidade Diamantina do Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH) e não tem o que reclamar. “A clientela é boa, nunca faltou gente para comer aqui”. Ela sempre vendeu minipizzas e sanduíches naturais, mas este ano resolveu diversificar o negócio. Agora, Isa oferece também salgados assados, como empada, pão de queijo e coxinha. Mas as obras no Complexo da Lagoinha não fizeram diferença para ela. O consumo mensal ficou na média, já que nem todos os funcionários das empreiteiras vão até o seu carrinho para se alimentarem. “As construtoras oferecem café da manhã, almoço, café da tarde e jantar para os trabalhadores no próprio refeitório da obra. Com isso, eles não comem por aqui. De vez em quando, alguém passa e compra um salgado, mas é raro”.

Glaysson Ferreira é vigilante da empresa Minas Segur, que presta serviço de segurança durante o período das obras. O funcionário trabalha 12 horas por dia e chega ao serviço já no período da noite. Embora não receba a refeição na empresa por ser terceirizada, Glaysson não utiliza o comércio ambulante de alimentação. “Todos os dias, antes de vir para o trabalho, faço uma refeição em casa. Por isso, não lancho na rua”. O vigilante comenta que até desconhecia o serviço prestado pelos vendedores. “Nem sabia que existia esse tipo de comércio na porta da faculdade”, acrescenta.


Há um ano, Juaci de Souza, juntamente com a esposa e a filha, atendia os clientes na própria residência, na rua Francisco Soucasseaux, 249, ao lado da unidade Diamantina do Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH). Com as obras no Complexo da Lagoinha, a família, que morava de aluguel, teve de ser removida e o imóvel foi demolido. Para não perder a clientela, Juaci comprou um carro e o equipou para servir de lanchonete, estacionando o veículo na mesma rua onde morava, em frente à faculdade, das 16h às 22h30. Assim com Isa, ele enfatiza que consumo não aumentou devido à obra. “Quem está trabalhando recebe a própria alimentação. Para que gastar se eles têm lanche de graça?”

No cardápio do comerciante, o item mais barato é o pastel, vendido a R$1. Segundo ele, a clientela procura o que é mais em conta. “Também vendo tropeiro a R$3 e espaguete a R$2,5, ambos com um copo de refrigerante incluso no preço. Mas o povo quer mesmo é economizar”. Com a saída da antiga casa, Juaci pensou até em diversificar o local de atendimento e colocar o carrinho na rua Diamantina, onde há mais movimentação dos estudantes, mas percebeu que a mudança traria dificuldades. “A rua é muito estreita e eu atrapalharia o trânsito. Resolvi ficar no mesmo lugar. Quero ser fiel aos meus clientes”.


5 comentários:

  1. -Cuidado com a repetição: mudança;
    -Não se esqueça de usar um Manual: grafia de siglas;
    -Revisão (ortografia e artigo): Assim como Isa, ele enfatiza que o consumo (-1).

    Bom texto. Mas poderia ser melhor ainda.

    Nota: 24/25.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Eis o texto corrigido. Para você fazer as correções e substituir.

    COMÉRCIO LOCAL DE ALIMENTOS PERMANECE SEM AUMENTO NO CONSUMO
    Texto e fotos: Fabrício Miguez

    A mudança vai ser grande. Os números são maiores ainda. As obras no Complexo da Lagoinha e em toda a Linha Verde representam a maior mudança viária já vista em toda a história da capital mineira. O investimento vai ser de R$ 250 milhões. Deste total, 76% dos recursos serão destinados pelo governo estadual e os R$ 60 milhões restantes virão da Prefeitura de Belo Horizonte, que realizará a intervenção por meio da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap).

    O valor gasto na obra foi dividido em duas etapas: R$ 111 milhões para a desapropriação de 240 famílias e os outros R$ 139 milhões foram investidos em infraestrutura. A previsão de conclusão da obra é para março de 2010 e já foram gerados mais de 4.700 empregos diretos e indiretos. Apesar da demolição dos imóveis no entorno da avenida Antônio Carlos para duplicar a largura atual da pista, o governo de Minas Gerais também está preocupado com a preservação da natureza. Cerca de 1.500 árvores serão plantadas em todo o percurso da Linha Verde, fazendo jus ao nome do empreendimento.

    Vários moradores já sentiram a diferença, seja na estrutura física da obra ou no redirecionamento do trânsito local. Mas, para muitos que trabalham na região, a mudança não foi percebida. É o caso dos vendedores ambulantes de alimentos. Isa Mendes trabalha há dez anos em frente à unidade Diamantina do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH) e não tem o que reclamar. “A clientela é boa, nunca faltou gente para comer aqui”. Ela sempre vendeu minipizzas e sanduíches naturais, mas este ano resolveu diversificar o negócio. Agora, Isa oferece também salgados assados, como empada, pão de queijo e coxinha. Mas as obras no Complexo da Lagoinha não fizeram diferença para ela. O consumo mensal ficou na média, já que nem todos os funcionários das empreiteiras vão até seu carrinho para se alimentarem. “As construtoras oferecem café da manhã, almoço, café da tarde e jantar para os trabalhadores no próprio refeitório da obra. Com isso, eles não comem por aqui. De vez em quando, alguém passa e compra um salgado, mas é raro”.

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  4. Glaysson Ferreira é vigilante da empresa Minas Segur, que presta serviço de segurança durante o período das obras. O funcionário trabalha 12 horas por dia e chega ao serviço já no período da noite. Embora não receba a refeição na empresa por ser terceirizada, Glaysson também não utiliza o comércio ambulante de alimentação. “Todos os dias, antes de vir para o trabalho, faço uma refeição em casa. Por isso, não lancho na rua”. O vigilante comenta que até desconhecia o serviço prestado pelos vendedores. “Nem sabia que existia esse tipo de comércio na porta da faculdade”, acrescenta.

    Há um ano, Juaci de Souza, juntamente com a esposa e a filha, atendia os clientes na própria residência, na rua Francisco Soucasseaux, 249, ao lado da unidade Diamantina do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Com as obras no Complexo da Lagoinha, a família, que morava de aluguel, teve de ser removida e o imóvel foi demolido. Para não perder a clientela, Juaci comprou um carro e o equipou para servir de lanchonete, estacionando o veículo na mesma rua onde morava, em frente à faculdade, das 16h às 22h30. Assim como Isa, ele enfatiza que o consumo não aumentou devido à obra. “Quem está trabalhando recebe a própria alimentação. Para que gastar, se eles têm lanche de graça?”

    No cardápio do comerciante, o item mais barato é o pastel, vendido a R$ 1. Segundo ele, a clientela procura o que é mais em conta. “Também vendo tropeiro a R$ 3 e espaguete a R$ 2,50, ambos com um copo de refrigerante incluso no preço. Mas o povo quer mesmo é economizar”. Com a saída da antiga casa, Juaci pensou até em diversificar o local de atendimento e colocar o carrinho na rua Diamantina, onde há mais movimentação dos estudantes, mas percebeu que a mudança traria dificuldades. “A rua é muito estreita e eu atrapalharia o trânsito. Resolvi ficar no mesmo lugar. Quero ser fiel aos meus clientes”.

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